Dr. Júlio César Martins da Costa – PNEUMOLOGIA em Monlevade-MG

O que é a Asma?

Obstrução de vias aéreas na Asma.

A Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores, caracterizada por aumento da responsividade das vias aéreas a variados estímulos, com consequente estreitamento e obstrução ao fluxo aéreo, de caráter recorrente e tipicamente reversível.

É uma das doenças respiratórias mais comuns em todo o mundo e afeta milhões de pessoas.

Pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais comum em crianças e jovens adultos.

Embora a causa exata não seja completamente compreendida, fatores genéticos e ambientais desempenham um papel significativo no desenvolvimento da doença.

Dr. Júlio César

O Dr. Júlio César é especialista no tratamento da Asma.

O Dr. Júlio César é médico Pneumologista com mais de 13 anos de experiência. Concluiu o curso de medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e se especializou em Pneumologia na Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte-MG.

Possui título de Especialista em Pneumologia pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Associação Médica Brasileira (AMB) e também certificação de Habilitação em Função Pulmonar também pela SBPT e AMB, para a realização de exames de Espirometria.

É medico Pneumologista do Hospital Margarida de João Monlevade-MG e membro da equipe médica da Unidade de Terapia Intensiva desse mesmo hospital.

O Dr. Júlio César é especialista na avaliação, diagnóstico e tratamento da Asma, e tem grande experiência no acompanhamento dos pacientes portadores dessa doença.

Faz o tratamento de pacientes com asma em seus diversos estágios de gravidade, incluindo pacientes com doença mais grave, em uso de medicamento imunobiológico.

Causas da Asma

A asma é uma condição multifatorial, ou seja, sua causa pode envolver uma combinação de fatores genéticos e ambientais. As principais causas e fatores de risco incluem:

1- Genética (hereditariedade): A asma tende a ser mais comum em pessoas que têm familiares com a doença ou com outras condições alérgicas, como rinite alérgica ou eczema.

2- Fatores ambientais: A exposição a certos alérgenos ou irritantes pode desencadear ou agravar a doença. Alguns exemplos incluem:

  •  Alergênios: Pólen, ácaros da poeira, pêlos de animais, mofo e fungos.
  •  Poluição do ar: Fumaça de cigarro, poluentes industriais, gases de carros e outros poluentes atmosféricos.
  •  Infecções respiratórias: Crianças que têm infecções respiratórias frequentes ou graves podem ter maior risco de desenvolver asma.
  •  Produtos químicos irritantes: Como produtos de limpeza, perfumes fortes e vapores de tintas.

3- Fatores climáticos: Mudanças bruscas de temperatura, ar frio ou seco, também podem desencadear crises asmáticas.

4- Exposição a certos medicamentos: Alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e aspirina, podem desencadear crises em algumas pessoas com asma.

5- Exercício físico: O exercício intenso, especialmente em ambientes frios ou secos, pode causar asma induzida pelo exercício.

6- Estresse emocional e psicológico: Ansiedade, estresse e emoções fortes podem desencadear crises asmáticas em algumas pessoas.

Sintomas da Asma

Crise de Asma.

Os sintomas podem variar em intensidade e frequência. Eles podem ocorrer de forma esporádica ou se tornar mais constantes ao longo do tempo. Os principais sinais e sintomas incluem:

  • Falta de ar: Sensação de dificuldade para respirar, especialmente durante atividades físicas ou à noite.
  • Chiado no peito: Som sibilante que ocorre quando o ar passa por vias respiratórias estreitas.
  • Tosse persistente: A tosse, geralmente seca, pode piorar à noite ou pela manhã.
  • Aperto no peito: Sensação de opressão ou desconforto no peito, especialmente durante uma crise.

Em casos mais graves, os sintomas podem piorar rapidamente, levando a uma crise asmática. Se não tratada adequadamente, a crise pode ser uma emergência médica.

Diagnóstico da Asma

O diagnóstico envolve uma avaliação detalhada do histórico médico do paciente, dos sintomas, exame físico e realização de exames complementares específicos. Algumas das principais medidas diagnósticas incluem:

1- Espirometria: É o principal exame para o diagnóstico da asma. A espirometria mede a quantidade de ar que uma pessoa consegue expirar e a rapidez com que isso ocorre. É um exame fundamental para avaliar o grau de obstrução das vias aéreas.

Além do diagnóstico, a Espirometria é muito importante também para a monitorização do tratamento e acompanhamento da asma.

2- Teste de reversibilidade (Prova broncodilatadora): Após a administração de um broncodilatador (medicamento que dilata as vias aéreas), a espirometria é repetida para verificar se há melhora no fluxo de ar.

Caso a espirometria mostre uma variação significativa após o uso de broncodilatador em um paciente com quadro clínico compatível, pode ser confirmado o diagnóstico de asma.

3- Teste de broncoprovocação: Pode ser realizado para verificar a sensibilidade das vias aéreas a determinados estímulos, como alérgenos ou esforço físico.

4- Exames de imagem: Radiografia de tórax ou tomografia computadorizada podem ser solicitadas para excluir outras condições pulmonares.

A fase de expiração na tomografia computadorizada do tórax permite visualizar também a presença de aprisionamento aéreo, que é um sinal compatível com doenças que acometem as pequenas vias aéreas, como a Asma.

5- Exames adicionais: Em alguns casos, pode ser recomendado outros exames como testes alérgicos, hemograma (avaliar presença de eosinofila, por exemplo), dosagem de imunoglobulina E (IgE).

Objetivos do manejo da Asma

O objetivo do tratamento é atingir e manter o controle da doença. O conceito de controle compreende dois domínios distintos: o controle das limitações clínicas atuais e a redução de riscos futuros.

O controle das limitações clínicas compreende ter o mínimo de sintomas durante o dia, a ausência de sintomas durante a noite, a redução da necessidade de medicamentos de alívio dos sintomas e a ausência de limitação para atividades físicas.

A redução de riscos futuros contempla as exacerbações (crises da doença), a função pulmonar e os efeitos adversos do tratamento.

Com base nesses parâmetros , a asma pode ser classificada em:

  • Controlada
  • Parcialmente controlada
  • Não controlada

A dificuldade em se obter e manter o controle adequado da doença pode estar relacionada a:

  • Diagnóstico incorreto.
  • Falta de adesão ao tratamento.
  • Exposição domiciliar (por exemplo, poeira, fumaça, mofo).
  • Exposição ocupacional.
  • Tabagismo.
  • Rinite alérgica, rinossinusite crônica, polipose nasal.
  • Demais comorbidades, como doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), obesidade, disfunção de cordas vocais, ansiedade, depressão, entre outras.

Para o adequado controle da asma é necessário que esses fatores e comorbidades sejam verificados, eliminados, tratados ou minimizados.

Um documento importante que serve como uma das principais diretrizes para o correto manejo da asma é a GINA.

GINA é a sigla em inglês para Global Initiative for Asthma, que significa Iniciativa Global para a Asma. É uma entidade formada por um comitê científico internacional que divulga informações e diretrizes sobre o tratamento da asma. 

Iniciativa Global para a Asma.

Tratamento da Asma

Embora não exista cura, a doença pode ser controlada com tratamento adequado, evitando crises e melhorando a qualidade de vida do paciente.

O tratamento envolve principalmente o uso de medicamentos, além de mudanças no estilo de vida.

O tratamento medicamentoso é realizado de acordo com a gravidade da doença e é dividido em 5 etapas. Da etapa 1 que é a asma classificada como leve, até a etapa 5 classificada como asma grave.

Esse tratamento segue as recomendações da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e da GINA (Iniciativa Global para a Asma).

As principais abordagens incluem:

1. Medicamentos de controle

São usados de forma regular para prevenir os sintomas e reduzir a inflamação das vias respiratórias. Devem ser usados diariamente, mesmo quando a pessoa está bem. Alguns dos medicamentos mais comuns incluem:

  • Corticosteroides inalatórios: Medicamentos anti-inflamatórios que ajudam a reduzir a inflamação das vias aéreas e prevenir os sintomas da asma.
  • Broncodilatadores de longa ação: Medicamentos que ajudam a relaxar os músculos das vias aéreas, proporcionando alívio da falta de ar e do chiado no peito.
  • Antagonistas de leucotrienos: Medicamentos que bloqueiam substâncias químicas no corpo que causam inflamação nas vias respiratórias.

2. Medicamentos de alívio ou de resgate

São usados para aliviar rapidamente os sintomas durante uma crise asmática ou quando há falta de ar. Os principais medicamentos de alívio rápido incluem:

  • Broncodilatadores de curta ação (beta-agonistas): Eles relaxam os músculos das vias aéreas e proporcionam alívio imediato.
  • Anticolinérgicos: Posem ser usados em combinação com outros broncodilatadores para melhorar a dilatação das vias aéreas.

3. Tratamento Imunoterápico

Em casos de asma alérgica, a imunoterapia pode ser uma opção. Ela envolve a administração de doses controladas de alérgenos para ajudar o corpo a desenvolver resistência à substância que causa a alergia, reduzindo a gravidade das reações.

4- Imunobiológicos

Os medicamentos imunobiológicos são destinados aos pacientes portadores de asma grave, que não está controlada apesar de todo o tratamento já instituído (etapa 5 da GINA).

4. Terapias Complementares

Além dos medicamentos, algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar no controle da asma, como:

  • Evitar gatilhos ambientais: Identificar e evitar fatores que desencadeiam crises, como alérgenos, fumaça de cigarro e poluição.
  • Atividade física: A prática regular de exercícios moderados, sob orientação médica, pode ajudar a melhorar a capacidade pulmonar e reduzir os sintomas.
  • Vacinas: A vacinação contra a gripe e pneumonia é recomendada para asmáticos, pois infecções respiratórias podem agravar os sintomas.
  • Acompanhamento médico regular: Consultas periódicas com o pneumologista são essenciais para ajustar o tratamento e garantir o controle adequado da doença.

O tratamento deve ser individualizado, de acordo com o controle e gravidade da doença, preferências do paciente e acesso aos medicamentos.

A técnica inalatória e a adesão à medicação devem ser avaliadas em cada consulta, pois são os principais fatores de falha no controle da asma.

Dispositivos inalatório para tratamento da Asma.

Considerações finais

A asma é uma doença crônica, mas com diagnóstico e tratamento adequados, a maioria das pessoas com asma pode viver uma vida normal e ativa.

O controle da asma envolve uma combinação de medicamentos, monitoramento regular e a identificação e manejo dos fatores que podem desencadear crises.

Com o acompanhamento médico regular é possível minimizar os impactos da asma na qualidade de vida.

Todo paciente deve ter um plano de ação por escrito, individualizado e feito com as orientações do seu médico. O paciente deve ser educado sobre os sinais de alerta de uma crise e como agir corretamente em caso de emergência.

Caso você tenha sintomas de asma ou se já foi diagnosticado com a doença, agende uma consulta para discutir o melhor plano de tratamento para o seu caso. Não deixe que a asma controle e prejudique a sua qualidade de vida.

Leia também:

Tosse Crônica e Tosse Persistente: Causas, Diagnóstico e Tratamento

https://sbpt.org.br

https://ginasthma.org

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