Dr. Júlio César Martins da Costa – PNEUMOLOGIA em Monlevade-MG

O que é DPOC ?

A DPOC, sigla que significa Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, é caracterizada pela obstrução progressiva ao fluxo aéreo em decorrência das alterações das vias aéreas e alveolares, causando sintomas respiratórios persistentes.

Geralmente resulta de uma combinação de inflamação crônica nas vias respiratórias (bronquite) e destruição dos alvéolos pulmonares (enfisema), afetando a capacidade dos pulmões de realizar a troca gasosa adequadamente.

A DPOC é uma doença causada pela combinação da bronquite crônica com o enfisema pulmonar.

É uma doença heterogênea, de etiologia multifatorial e envolve aspectos socioeconômicos, genéticos, histórico de infecções, crescimento pulmonar e principalmente a exposição a gases ou partículas nocivas.

O tabagismo é o principal fator de risco, sendo o responsável por cerca de 80% dos casos. A exposição a outros fatores de risco, como poluição, queima de biomassa, infecções de repetição, também pode ser identificada.

A DPOC apresenta impacto importante na mortalidade mundial, sendo a 3ª maior causa de morte no mundo, causando óbito de mais de 3 milhões de pessoas por ano.

Dr. Júlio César

O Dr. Júlio César é especialista em DPOC.

O Dr. Júlio César é médico Pneumologista com mais de 13 anos de experiência. Concluiu o curso de medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e se especializou em Pneumologia na Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte-MG.

Possui título de Especialista em Pneumologia pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Associação Médica Brasileira (AMB) e também certificação de Habilitação em Função Pulmonar também pela SBPT e AMB, para a realização de exames de Espirometria.

É medico Pneumologista do Hospital Margarida de João Monlevade-MG e membro da equipe médica da Unidade de Terapia Intensiva desse mesmo hospital.

O Dr. Júlio César é especialista na avaliação, diagnóstico e tratamento da DPOC, e tem grande experiência no acompanhamento dos pacientes portadores dessa doença, desde os casos mais leves até quadros de DPOC grave, com limitação importante da função pulmonar.

Principais causas de DPOC

A DPOC é geralmente causada pela exposição prolongada a substâncias que danificam os pulmões e as vias aéreas, sendo o tabagismo a principal causa.

No entanto, a poluição do ar, a exposição a produtos químicos e fatores genéticos também podem contribuir para o desenvolvimento da doença.

O tabagismo é o principal fator de risco para a DPOC.
  • Tabagismo: Cerca de 80% dos casos de DPOC são atribuídos ao fumo. A inalação de substâncias químicas presentes no cigarro danifica as vias respiratórias e os alvéolos pulmonares.
  • Poluição do ar: A exposição prolongada a poluentes atmosféricos, como fumaça de carros, fumaça de fogão de lenha, partículas de poeira e produtos químicos industriais, pode aumentar o risco de DPOC.
  • Exposição a irritantes ocupacionais: Trabalhar em ambientes com alta exposição a vapores tóxicos, poeiras ou produtos químicos também é um fator de risco.
  • Infecções respiratórias crônicas: Infecções respiratórias frequentes podem prejudicar a saúde dos pulmões e causar alterações nas vias aéreas, aumentando o risco de DPOC.
  • Genética: A deficiência de alfa-1 antitripsina, uma proteína que protege os pulmões contra danos, pode aumentar a probabilidade de desenvolver DPOC, embora seja um fator menos comum.

Sintomas da DPOC

A DPOC é uma doença progressiva, o que significa que seus sintomas tendem a piorar com o tempo.

Os sintomas iniciais podem ser leves, mas se não tratados, podem afetar a qualidade de vida do paciente. Os principais sintomas da DPOC incluem:

  • Tosse persistente: Frequentemente com produção de muco (catarro), especialmente pela manhã.
  • Falta de ar (dispneia): No início, a falta de ar pode ocorrer apenas com esforço físico, mas com a progressão da doença, pode acontecer durante atividades cotidianas, como subir escadas ou caminhar, podendo ocorrer até em repouso.
  • Chiado no peito (sibilância): Sensação de estreitamento das vias aéreas, acompanhada de sons como sibilos durante a respiração.
  • Excesso de muco: Produção excessiva de muco, que pode se tornar mais espesso e amarelado ou esverdeado quando há infecção.
  • Fadiga: Sensação constante de cansaço e falta de energia devido ao esforço para respirar.
  • Perda de peso: Em estágios avançados da doença, pode haver emagrecimento não intencional devido ao aumento da demanda energética causada pela dificuldade respiratória.

A dispneia é o sintoma mais debilitante na DPOC. É importante avaliá-la de maneira objetiva em cada consulta. Essa medida é importante para monitorar a eficácia terapêutica e fazer ajustes no tratamento.

Diagnóstico da DPOC

O diagnóstico da DPOC é realizado com base na avaliação clínica, histórico médico do paciente e testes de função pulmonar.

A história de exposição ao tabagismo e outros agressores deve sempre levantar a suspeita sobre essa doença.

Presença de sintomas como falta de ar (dispneia) aos esforços e tosse crônica produtiva também são indicadores de DPOC. Os principais exames utilizados para o diagnóstico são:

  • Espirometria: Este é o exame mais importante para diagnosticar a DPOC. Ele mede o volume de ar que o paciente consegue expelir dos pulmões e a velocidade dessa expiração. Com esses dados, o médico pode avaliar a obstrução das vias aéreas.
  • Radiografia de tórax: A radiografia pode revelar sinais de enfisema pulmonar, como hiperinsuflação pulmonar, e outras alterações pulmonares.
  • Tomografia computadorizada do tórax: A TC pode ser utilizada para obter imagens mais detalhadas dos pulmões e avaliar a gravidade da doença.
  • Gasometria arterial: Esse exame mede a quantidade de oxigênio e dióxido de carbono no sangue, ajudando a avaliar a função respiratória.

Pulmão normal – Pulmão com enfisema

Na Espirometria, os pacientes com DPOC apresentam uma redução no Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1) e uma relação entre o VEF1 e a Capacidade Vital Forçada (CVF) menor que 0,70, o que demonstra tratar-se de um distúrbio ventilatório obstrutivo.

A gravidade da DPOC depende do valor do Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1) após o uso de broncodilatador, conforme proposto pelo documento GOLD.

O documento GOLD é um guia que fornece recomendações para o diagnóstico e tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). 

A sigla GOLD significa Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease, ou seja, Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. 

O documento é publicado anualmente e é baseado em evidências científicas e elaborado por um comitê científico internacional. 

GOLD é um guia que fornece as recomendações para o diagnóstico e tratamento da DPOC.

 

Tratamento da DPOC

Embora a DPOC seja uma condição crônica e progressiva, o tratamento adequado pode ajudar a aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e retardar a progressão da doença.

A principal medida para o tratamento da DPOC é a cessação do tabagismo ou afastamento da exposição que causa a doença.

O tratamento farmacológico não consegue reverter o dano causado pelo processo inflamatório crônico, porém um dos objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas, especialmente a dispneia e a limitação ao exercício, e a prevenção das exacerbações, melhorando assim a qualidade de vida do paciente.

O tratamento pode ser dividido em várias abordagens:

1. Mudanças no Estilo de Vida

  • Parar de fumar: A cessação do tabagismo é a intervenção mais importante. Parar de fumar pode evitar a progressão da doença e melhorar a função pulmonar.
  • Exercícios físicos: Programas de reabilitação pulmonar e atividades físicas regulares podem ajudar a melhorar a função respiratória e reduzir a falta de ar.
  • Dieta saudável: Manter uma alimentação balanceada é fundamental para preservar a energia e o bem-estar geral.
  • Evitar irritantes ambientais: Minimizar a exposição a poluentes, poeira e fumaça ajuda a evitar agravamentos dos sintomas.

2. Medicamentos

Os medicamentos têm o objetivo de aliviar os sintomas e melhorar a função pulmonar. Algumas classes de medicamentos utilizados no tratamento da DPOC incluem:

  • Broncodilatadores: Medicamentos como beta-agonistas e anticolinérgicos são usados para dilatar as vias respiratórias e facilitar a respiração. Eles podem ser administrados por via inalatória, proporcionando alívio rápido e prolongado.
  • Corticosteroides inalatórios: são usados para reduzir a inflamação nas vias respiratórias e controlar os sintomas, especialmente em pacientes com exacerbações frequentes da doença.
  • Combinados: A combinação de broncodilatadores e corticosteroides em um único inalador pode ser mais eficaz para o controle dos sintomas em alguns pacientes.
  • Antibióticos: Em casos de infecções respiratórias, antibióticos podem ser prescritos, já que infecções podem agravar os sintomas da DPOC.

3. Escolha do dispositivo inalatório

Tão importante quanto a escolha do medicamento é a escolha do melhor dispositivo inalatório para o paciente com DPOC.

Independente do dispositivo, a técnica adequada de utilização é um fator determinante para o sucesso do tratamento. Por isso é importante que os paciente sejam orientados quanto ao uso correto dos dispositivos em todas as consultas.

4. Oxigenoterapia

Em casos mais graves de DPOC, pacientes com baixos níveis de oxigênio no sangue podem precisar de oxigênio suplementar, especialmente durante a noite ou durante atividades físicas.

Oxigenioterapia domiciliar faz parte do tratamento da DPOC grave.

5. Reabilitação Pulmonar

A reabilitação pulmonar é uma abordagem multidisciplinar que combina exercícios físicos, apoio psicológico e educação sobre a doença. Este tratamento ajuda os pacientes a melhorar a resistência, a respiração e a qualidade de vida.

6. Vacinação

A vacinação contra a gripe (Influenza) e contra pneumonia (Vacina pneumocócica) pode ajudar a prevenir infecções respiratórias, reduzindo as exacerbações da DPOC, e evitando assim o agravamento dos sintomas da doença.

7. Intervenções Cirúrgicas

Em casos muito avançados de DPOC, onde a função pulmonar está gravemente comprometida, a cirurgia pode ser considerada. Algumas opções incluem:

– Cirurgia de redução do volume pulmonar: Em pacientes com enfisema grave, a remoção de pequenas áreas danificadas do pulmão pode ajudar a melhorar a função respiratória.

– Transplante pulmonar: Em casos muito graves, quando os outros tratamentos não são eficazes, o transplante de pulmão pode ser uma opção.

Considerações finais

A DPOC é uma das principais causas de morte no mundo, sendo responsável por milhões de mortes anualmente.

A prevalência da doença continua a crescer, principalmente devido ao aumento do tabagismo em algumas regiões do mundo e ao envelhecimento da população.

O prognóstico da DPOC depende da gravidade da doença no momento do diagnóstico, bem como da adesão ao tratamento e das mudanças no estilo de vida.

O tratamento precoce e a cessação do tabagismo são fundamentais para controlar os sintomas, retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.

Se você está apresentando sintomas como tosse persistente, falta de ar ou produção excessiva de muco, é fundamental procurar um médico pneumologista para avaliação e diagnóstico adequado.

Leia também:

Tosse Crônica e Tosse Persistente: Causas, Diagnóstico e Tratamento

https://sbpt.org.br

https://goldcopd.org/

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